segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Cervejas de Minas

 Mercado mineiro investe na produção da cerveja artesanal
Que Belo Horizonte é a capital dos bares até a imprensa internacional já deu destaque. Mas o aumento da renda média da população nos últimos anos fez com que os mineiros substituíssem seus hábitos, ganhando em requinte. As mesas e cadeiras de plástico foram trocadas por modelos mais sofisticados; o copo lagoinha dá lugar às canecas e taças apropriadas para cada produto e o mais importante, a cerveja, ganha aromas e sabores diferenciados. Artesanais, os rótulos atraem cada vez mais consumidores e, em busca de aumentar a fatia desse mercado, duas das quatro principais microcervejarias de Minas preveem investimentos que, se somados, alcançam a cifra de 4 milhões, turbinando o setor de cerveja artesanal mineiro.

A proposta é transformar a região em polo produtor, e bebedor, das cervejas chamadas especiais. Como forma de incentivo, o deputado estadual Gustavo Valadares encaminhou à Assembleia Legislativa projeto de lei que prevê incentivo à fabricação de cervejas e chopes artesanais. O projeto prevê isenção de impostos como forma de favorecer a produção. “O mercado da cerveja artesanal está a todo vapor, especialmente em Minas Gerais, com a expansão das marcas mineiras que estão ganhando o país. Por isso, a ideia é transformar Minas em um polo de produção de cerveja, seguindo o caminho da cachaça artesanal, hoje um produto tipicamente mineiro”, diz o texto do projeto.
Maior marca de Minas, a Backer prevê investimentos de R$ 3 milhões para ampliação da unidade do Bairro Olhos d’Água, mais que triplicando o atual espaço da fábrica, passando de 1,2 mil para 4 mil metros quadrados. Mas o projeto não visa apenas aumentar o total de cerveja produzido e, sim, criar uma unidade para visitação dos apreciadores e homebrews. “Na Copa’2010, compramos tanques e material para aumentar a produção, possibilitando produzir até 240 mil litros por mês. Agora a proposta é também trazer o cliente Backer para a fábrica”, afirma a empresária Paula Lebbos. Num anexo, serão instalados um restaurante e um pub, além de uma loja com ingredientes para os fabricantes caseiros. “Mesmo com toda turbulência internacional, a cerveja artesanal vive um bom momento. Tem muito o que crescer ainda, aproveitando grande público que se interessa pelo produto”, afirma.

De olho no crescimento do mercado, uma das fábricas que deve ampliar a produção é a Falke. Instalada atualmente às margens da BR-040, em Ribeirão das Neves, a marca deve ganhar nova unidade às margens da rodovia, mas, do outro lado da Grande BH, no Bairro Jardim Canadá, em Nova Lima. A planta em operação é também o sítio da família e tem capacidade para produzir mensalmente 10 mil litros, enquanto a nova deve possibilitar quadruplicar o total. “Estamos procurando um terreno apropriado para montar a fábrica ou um galpão pronto para ter apenas que adaptá-lo”, afirma o proprietário do rótulo e diretor do Sindicato das Indústrias de Cerveja e Bebidas em Geral de Minas Gerais (Sindbebidas), Marco Antônio Falcone.

Ao todo, devem ser investidos R$ 800 mil, segundo estimativas iniciais. O projeto é que a nova unidade, prevista para funcionar a partir do segundo semestre do ano que vem, produza oito rótulos (seis garrafas e dois chopes), transformando a fábrica de Ribeirão das Neves numa planta temática e deixando-a responsável apenas pela Falke Tripel Monasterium, que, feita em garrafa de champanhe e ao som de canto gregoriano, tem receita dos monges carmelitas do século 14. “Temos um mercado inexplorado muito grande. Somos terceiro maior produtor do mundo e apenas 11º no ranking de consumo per capita. Mas, com o aumento da renda, a tendência é a troca da cachaça e de bebidas destiladas pela cerveja”, afirma Falcone.


Fonte: Estado de Minas.

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