sexta-feira, 13 de dezembro de 2013

Globo Esporte: Galo em Marrocos

Como tomar cerveja sem ser preso em Marrakesh: Mundial exige respeito
Atleticanos que invadirão o Marrocos encontrarão realidade muito diferente da brasileira. Cuidados básicos ajudarão a evitar problemas com as leis africanas
Por Alexandre Alliatti Direto de Marrakesh, Marrocos
O sujeito está lá, feliz da vida em Marrakesh, curtindo o Mundial de Clubes, e bate aquela sede. Entra no supermercado, procura, procura, procura, até que encontra uma cerveja. Compra. Vai a algum dos jardins marroquinos, se acomoda em um banco qualquer, contempla a beleza da natureza africana e começa a beber, tranquilo. No terceiro gole, vai em cana.

A cena tem algum exagero, claro, mas pode acontecer. Os 10 mil atleticanos que irão ao Marrocos torcer pelo Galo precisam ficar atentos, pois encontrarão uma realidade bastante diferente da brasileira - e alguns cuidados são essenciais para evitar incômodos. O país do norte da África tem maioria muçulmana, com regras rígidas de comportamento, mas também está acostumado a receber turistas em pencas. Por isso, está longe de ser radical. Os visitantes são bem aceitos e bem tratados. Desde que não saiam dos limites impostos pela cultura local. 

O álcool parece ser a questão central em um evento com futebol e brasileiros. Aquela cervejinha pré-jogo à beira do estádio, hábito tão comum em outros países, é risco de encrenca no Marrocos. Não é proibido beber. Mas é proibido beber em espaço público – ou seja, incluindo a rua. Descumprir essa lei é crime. Dá cadeia – embora o policial possa relevar quando são turistas. 

Praticamente não existem bares na cidade. Eles são substituídos por cafés, que não têm o hábito de colocar bebidas alcoólicas em seus cardápios. Alguns restaurantes, os mais turísticos, são uma opção. Aqueles que ficam dentro de hotéis são tiro certo: lá o turista encontrará cervejas, vinhos e até destilados. Mas, se a garganta estiver clamando por ajuda, talvez o melhor caminho sejam os supermercados. Eles vendem bebidas alcoólicas – e algumas são inclusive feitas no Marrocos. O curioso é que geralmente elas ficam em um espaço reservado, até em um andar separado do resto dos itens. Questão de discrição. Ali, o visitante pode comprar o que bem entender. Porém, ao sair do mercado, convém carregar a compra dentro de sacolas, sem deixar as bebidas à mostra. E bebê-las entre quatro paredes, longe do olhar de guardas.

Aliás, policiais são bastante gentis em Marrakesh. Dão informações com toda a atenção do mundo. Mas cabe evitar maiores intimidades, como tirar fotos deles sem autorização. Existe respeito às autoridades no Marrocos. O povo local chega a cumprimentá-los com um gesto de reverência, como aqueles dos militares, levando a mão à cabeça. Muitos policiais falam apenas árabe, boa parte deles se comunica bem no francês e uma pequena parte também se vira no inglês. (...)

No estádio 

Os cuidados devem ser levados também ao estádio. Lá, seguem proibidas as bebidas alcoólicas – e qualquer tipo de droga, claro. A Fifa avisa que:
- É proibido o uso de expressões que possam ser interpretadas como incitação à violência;
- É preciso se vestir adequadamente;
- Menores de 18 anos só entram acompanhados;
- É proibido colocar bandeiras e cartazes nas muretas laterais, por causa dos patrocinadores;
- Não é permitido entrar com comidas e bebidas;
- É vetado o uso de cartazes ou faixas com conotação política, ideológica ou comercial;
- É proibido entrar com uma série de itens: desde armas, claro, até guarda-chuvas, instrumentos musicais e, como diz o site da Fifa, “animais, domesticados ou não”.
O Itamaraty, em sua página oficial, dá dicas de comportamento e sugestões práticas aos brasileiros que vão ao Mundial. Confira aqui.

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